
O primeiro-ministro, António Costa, e a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, trocaram argumentos sobre a banca depois dos bloquistas terem questionado a notícia que indica que o Banco de Portugal está a preparar uma solução para o crédito malparado na banca que passa pela criação de um “banco mau”. “O Bloco de Esquerda não quer outra escorregadela como a do Banif, em que o Banco de Portugal fez o que entendeu, o Santander ganhou o que queria ganhar e o seu governo ficou sem a maioria parlamentar”, atirou a porta-voz bloquista.
Na intervenção que abriu o debate quinzenal, Catarina Martins disse reconhecer o problema do crédito malparado e da banca descapitalizada, mas lembrou que “vezes demais” os portugueses já foram chamados “a pagar desmandos da banca” e que é imperativo que um “programa de limpeza da banca” tenha garantias essenciais – a começar pela necessidade de ser debatido no Parlamento e de “forma transparente”, porque “não pode haver mais chantagens europeias” em que Portugal perde sempre.
A dirigente bloquista defendeu, ainda, que os accionistas privados “têm de pagar pelo buraco que fizeram e os contribuintes têm de ter controlo sobre tudo o que pagam”. Para Catarina Martins, é ainda essencial que a Caixa Geral de Depósitos saia fortalecida e que o Novo Banco fique como banco público. “Se não for assim vai ser como das outras vezes”, sublinhou Catarina Martins, recusando voltar a “entregar à banca internacional bancos recapitalizados e limpos com dinheiro público”.
“Para início da conversa não estamos mal, convergimos quanto à intenção, estamos de acordo em quatro das cinco condições e quanto à quinta vamos ver”, respondeu o primeiro-ministro à proposta de “programa de limpeza da banca”. António Costa concordou que o problema tem de ser resolvido e “não pode ser resolvido à custa dos contribuintes”, manifestando o seu acordo às propostas do BE, com excepção da solução preconizada para o Novo Banco. “Quanto ao Novo Banco não sei se estamos ou não de acordo”, admitiu, referindo que há várias soluções possíveis, que não deve haver precipitação: “Há uma coisa que posso garantir: optarei pela sua solução se for a melhor.”
IVA. António Costa garantiu que o Governo não tenciona aumentar o Imposto Sobre o Valor Acrescentado. “Não vale a pena agitar nos próximos cinco dias ou duas semanas ou mesmo nas próximas três semanas o papão de que vamos aumentar a taxa do IVA porque é um papão que se vai esvair no fim dessas três semanas”, afirmou Costa em resposta a uma pergunta de Assunção Cristas. A líder do CDS defendeu que já se ter apercebido que “vem aí um plano B de austeridade” e perguntou quando chegaria o aumento do IVA.
“Conversa de café”. Diogo Lacerda Machado foi um dos temas mais polémicos do debate quinzenal. “Disse ao País que tinha a seu lado o seu melhor amigo, que estava a negociar dossiês importantes da governação”, disse o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, questionando: “Não lhe parece que isto é uma espécie de conversa de café, muito séria, porque estamos no domínio da transparência, do escrutínio e da fiscalização dos actos que são praticados em nome do Estado e do Governo?” António Costa respondeu directamente, declarando que “quem não deve, não teme” e disponibilizou aos sociais-democratas uma versão impressa do contrato de consultor tornado público esta sexta-feira.
Austeridade. António Costa desafiou o PSD a especificar do que discorda na declaração que assinou com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. O primeiro-ministro disse que defende que Portugal deve continuar a ser “construtor de pontes” na União Europeia e não seguir uma “lógica sectária” – como aconteceu “com a intervenção militar no Iraque” ou “quando foi além da troika“. Ana Catarina Mendes, que substituiu o líder parlamentar socialista, Carlos César, também criticou os sociais-democratas: “Uma vez mais ficou claro o posicionamento do PSD, sempre ao lado da chanceler alemã Merkel.”
CGD. O líder comunista, Jerónimo de Sousa, criticou os obstáculos das instituições europeias à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos – uma atitude diferente daquela que é tomada com os bancos privados. O secretário-geral do PCP disse ao primeiro-ministro que podia contar com os comunistas para conseguir esse “objectivo de recapitalização e reforço da CGD. O primeiro-ministro afirmou que a CGD, “hoje e amanhã, é o grande pilar de estabilização do sistema financeiro e garantia de soberania nacional” e defendeu não ser admissível a interpretação por parte da autoridade da concorrência europeia de impedir o banco público de “realizar o mesmo esforço dos accionistas privados nos seus bancos”.
Acabado de ouvir o discurso final da menina Catarina Martins e não sei se fique em pânico ou se chore… Esta gente não sabe o que é o dinheiro, o que significa, de onde vem e como se lhe atribui valor…
Esta malta, demente, pensa que a riqueza nasce nas árvores, que as coisas aparecem feitas por caridade e que a comida surge na mesa por milagre!
Só falam em aumentar salários, pensões, ajudas e afins… e quem paga???
Esta gente é completamente lunática e perigosa.
Mas o povo gosta.
E vai votar.
